O salão de Pequim foi um corrupio de novidades tendo como centro a base do novíssimo SUV XC40 acabadinho de lançar pela Volvo, mas a ser partilhada por três marcas, a sueca, a chinesa Lynk & Co, como já se sabia, mas também, afinal, pela "casa-mãe". A Geely apresentou um "concept" de um futuro SUV, o Icon, feito sobre a plataforma CMA do Volvo XC40 e, embora não tenha dito qualquer palavra sobre motorizações, os muitos retoques azuis por fora e por dentro, remetem logo para uma propulsão eléctrica.

Neste exercício de estilo, a Geely fez uma viagem "retro", inspirando-se nos interfaces dos computadores dos anos 80 ou nos gráficos dos primeiros jogos da Nintendo, com formas muito quadradas, quase aos blocos. Um estilo muito simples mas visualmente forte, em que o tejadilho é um enorme painel de vidro. O interior corresponde com um visual muito "despido", bancos muito a direito e um ecrã central de imagem muito simples. A marca chinesa não deu quaisquer indicações sobre se pretende produzir o Icon.

Aproveitando estar em casa da sua proprietária, a Geely, a Volvo aproveitou para também anunciar algumas metas importantes para o mercado chinês, embora algumas até já fossem conhecidas. Por exemplo, a intenção da marca sueca de, a partir do próximo ano, todos os seus novos modelos estarem disponíveis como híbridos, híbridos "plug-in" ou eléctricos puros.

Para mostrar a sua aposta na electrificação apresentou a versão Twin Engine do XC40, o híbrido "plug-in" que contará com o novo motor 1.5 de três cilindros da marca sueca, acoplado a um motor eléctrico. Mas a Volvo quer ir mais longe e anuncia já que, em 2025, metade das suas vendas serão de veículos totalmente eléctricos. Para isso contará, e muito, com fote presença no mercado chinês!

Por fim, há ainda a Lynk & Co, cujos primeiros modelos, o 01 (imagem ao lado) e o 02, serão fabricados também na Europa, na fábrica de Bruxelas onde é feito o Volvo XC40 com que partilha a plataforma. A marca chinesa (também do portfólio da Geely) confirmou que a produção europeia arrancará em 2019 para as vendas começarem no ano seguinte, mas anunciou que, ao contrário do que sucede na China onde está a vender, com apreciável sucesso, versões a gasolina e Diesel, na Europa apenas irá comercializar versões híbridas e eléctricas.

Como se vê, a Geely sabia bem o que estava a fazer quando injectou o "bolo" financeiro necessário para que a Volvo desenvolvesse a nova plataforma CMA! Agora é todo um grupo que a irá utilizar em várias famílias de produtos.